domingo, 2 de novembro de 2008

Festival Acreano de Teatro - 2008

Regurjitando d’outrora – surgem assim, algumas fotos de alguns momentos bacanas antes, durante e após a apresentação no festival que rolou em meados de setembro – segue a saga da trupe de arteiros/Arte na Ruína.

OO, as fotos estão num sentido contrário, mas enfim, vamos do fim pro início e que assim seja.



Após a apresentação Clenes recepcionando a provocadora do espetáculo - Brijite e a trupe sentada. Háaa e toda a pláteia que esta diante de nós - show !





A trupe numa entrevista pouco antes da apresentação.







Momentos de arrumação - Rodrigo Morais e Rômulo Rodrigues enjaulados - seres híbridos.





A galera da dança momentos antes da apresentação. (Cley, Gino, Cleodomar, Celinha e Maiele).



San e Celinha ajudando na pintura corporal...





pelo sorriso a galera está tranquilaa, antes da apresentação - camarim








Agradecemos a esta menina querida de azul - Cidinha que registrou todos esses momentos com sua câmera e galera tíetou, olhem os meninos híbridos que loguin serão enjaulados.

A trupe agradece a FETAC por garantir a participação do Arte na Ruína nesse encontro de arteiros de todo estado. Foi de uma riqueza engrandecedora para os olhos e para a formação de novos seres que com certeza terá em suas veias a saga de continuar esta luta de o teatro ser de todos ao pensar, criar, propor e ao assistir - queremos acesso a todos os momentos... Artista que conhecemos, nao daremos nome por que a lista é muito grande, mais... daremos o nome de cidadãos do mundo - muito OBRIGADO!!!

Postado na tentiva de reviver esses momentos em outros olhos - San.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Liberdade! Espaço/comportar-se.

Foto: Renato Reis

O tempo e sua duração, cadê, não sabem onde e quando começou e pra onde pretende ir, e por fim o continuar a vagar por ai, segue o desempenhar de alguns acontecimentos que duvidamos existir por não compreender bem o que estamos a fazer diante da tortuosa força designada a renovação.
Seria esta a força que nos conduz sorrateiramente dias após dias e passos atrás doutros, nos induzido a contar cada pingo de chuva que se jogam como camicase lá do céu, sobre nossas cabeças? – será que é, pra! Dar-nos um banho e, assim seguir límpido a diante do grande “engenho celestial”, o fato é que, não somos ensinados a saber contar, ou melhor ao passo que sobrevivemos, o que deveria ser habitualmente natural e, de direito a somar se desfaz nas estreitas incapacidades burras que tem tornado à marca da desoneração humana.
Bom! O que a liberdade tem haver com isto? Não sei ao certo, e, dúvida, pede reforços para tal, mas enfim, me parece que o certo capitão do tempo nos conduz “sabiamente” e insensivelmente ao ponto de pregar uma grande estaca em nossos punhos, forçando-nos a gritar “socorooo...” que por vez, talvez em uma nova etapa e ai sim uma nova chance ao poder-, quebrá-la e a usá-la como subsídio para encabeçarmos novos enfrentamentos diante de tantas novas batalhas que são criadas através de forças “ocultas” que condensa e enrijeci o movimento de algumas leis de senso comum - “bem natural” da vida que tem alimentado a humanidade integralmente com duas outras forças primárias – natureza e animal, que ao contrario da força tem sido fracas tornado-as num corpo frágil e perigoso de se lidar e preservar harmoniosamente.
Coisas estranhas que precede comportamentos apontam reações também estranhas e creio que cabe aqui dizer que - queria tentar esquecer tal fato estranho, porém, diante da liberdade fica o dever do fato resgatar aqui, que - o grupo Arte na Ruína foi convidado à se apresentar na EXPOACRE 2008 o espetáculo “O ensaio surreal do grito sufocado”. Olhe lá em cima, o indicativo “LIBERDADE” expressão ao contrario foi o que eu vi quando cheguei nos “DELIMITADO ESPAÇO” da Expoacre – ao andar torto de sede e fome nas ruelas da exposição, cheguei perto dos limites do rodeio do limitado espaço que vos falo, bem, cheguei e imaginei a multidão dentro daquele ambiente, que até então não havia uma alma morta, opa! Exceto, alias, as nossas, eu e mais dois que não vem ao caso. Putz! quase me esqueci, que naquele lugar – ambiente havia mais alguém. Quem seria esse alguém que me forçou a não esquecê-lo, talvez eu tentasse, mas não consegui e aqui quero contar a historia desse ser que tal não me deixou esquecê-lo – vos apresento o “menino bezerro”, de aproximadamente um ano de vida e que veio lá dos confins dos maus tratos inglórios, deve ser bem perto daqui, não! Ele não devia ter uma @, enfim, deparei-me com este fato-objeto que ali estava, por tanto, excomungado, judiado, esquecido com fome e sede num sol que rodeava seus “60 graus C°” dum prolongado meio-dia do dia dois de agosto – este objeto de entretenimento que foi usado e assolado durante alguns dias nos show “rodeio-listicos” da expoacre 2008, revelava outras injustiças através de suas pupilas exageradamente arregaladas; já não conseguia ficar em pé, seu coração parecia o motor dum carro de formula 1 e em vez de aços e acessórios era só carne e órgãos fadigados e acelerados por atitudes desumanas protegidas por sonhos e negócios estranhos.
Nos letreiros logo acima, aponto a liberdade, mas, liberdades não têm visto – em oposição ao que me deparei – chorei ao vê-lo naquela situação deprimente, desesperado eu fiquei ao enxergá-lo recuado diante duma situação substancialmente desfavorável pra nós dois. Tentei somar ao tentar dividir aquela dor, como se fosse possível, num ambiente condensado, estreito, isolado, onde as forças do mal sentido assopravam aleatoriamente todo seu desprezo, regadas durante uma histórica retórica de incabíveis posicionamentos contra seus desejos – me comportei aberto para me alimentar de toda angústia daquele olhar e compreendi que a “liberdade não terá espaço enquanto houver espaço que não tenha liberdade e não teremos nenhum se continuarmos a comportar-se insensivelmente com a vida alheia”.
Não pude esquecer-me desse momento, por que durante oito apresentações que fizemos durante dois dias na expoacre, fomos oposição a falta de liberdade, alias o espetáculo nasce da falta de liberdade. Pego uma carona e vou-me acreditando - “que o homem é sobretudo o produto das influências culturais de seu meio. Em conseqüência, suas ansiedades e perturbações devem ser consideradas como efeitos das dificuldades que o meio social lhe cria” (Erich Fromm). A problemática fere mais atrás, e vemos que a cultura também as vezes é falha e regurgita também a liberdade, e quem paga o pato sobretudo é o animal em conseqüência as ansiedades e perturbações que o próprio homem cria em seu meio social, e assim continuemos com nossos problemas desestruturastes que alimentam os importunos desejos antagônicos de sermos indivíduos melhores.
Fica a impressão expressada no desespero de empreender o movimento que nos guia, que nos espera – firme é a certeza de descer rumo ao abismo de um dia reanimar as inconstâncias doutro eu – ser; agente criador, capaz de superar as culturas repressivas e impositivas no desejo de hoje ser aquele que ajuda a reconstruir um novo ambiente tão sonhado.


Co-responsabilidade; planto aqui e você respira acolá.



San - Liberdade! Espaço/Comporta-se - Xapuri/AC

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Loucos! Láááá!


Nos dias 02 e 03 de agosto de 2008, o Grupo de Jovens Artistas Arte na Ruína, convidados pelo SEBRAE, apoiados pelo Instituto Chico Mendes, fez uma maratona de apresentações no espaço intitulado ‘Caminho de Chico Mendes’, na ExpoAcre 2008. Vestindo um figurino de tecido de “sacos”, e tendo velas que simbolizavam bem mais que uma luz no caminho obscuro da vida e da arte, mostraram no espetáculo “O Ensaio Surreal do Grito Sufocado” que se pode ir além. Os anseios, questionamentos, lutas e sonhos traziam a apresentação ora musical, ora performática, pirofágica, ora dramática, um ar mágico, surreal mesmo.


Não por acaso eu (Clenes Alves novamente a vos falar) estava lá, naquele palco que se assemelhava, para nossa alegria, a uma oca de índios Chapurys, toda em palha, bem mais próxima da casa de Chico Mendes – também fizeram uma réplica ao lado do nosso espaço – e tive a sensação de ser louco.


Louco? Podem perguntar, eu deixo. É, louco... loucos na verdade! Porque ousamos acreditar na arte sem barreiras. Porque sonhamos mas não cruzamos os braços. Loucos por estarmos desde o nascimento “predestinados a ser todos ruins” – sem querer plagiar Chico Buarque –. Loucos porque não tem como assistir (neste caso ‘fazer’) Arte na Ruína (ou da Ruína, já que levamos o nosso devaneio para além dos destroços da nossa cadeia abandonada de Xapuri) e não ser completamente doido.


Recordo que em um determinado momento – justamente na parte em que interpretamos os loucos – senti uma vontade sobre-humana de olhar para meus colegas-amigos... pois é. Quando os vi pensei (quaaaase exclamei): “são todos com-ple-ta-men-te loucos”. Só não sabia que alguém registraria em foto exatamente o que contemplei... e Pietra Dolamita, em meio à anormalidade da vida, assim o fez (olhem novamente a foto e digam se não tenho razão).


Me lembrei das palavras de Carlos Castaneda, nA Erva do Diabo: "Não importa qual seja nosso destino específico, desde que o enfrentemos com o máximo de abandono..." e senti que fazíamos exatamente isso. Poderíamos continuar com nossas vidinhas pacatas, simples, dando continuidade ao conhecido ciclo nascer, crescer, reproduzir, morrer. Mas acreditamos que poderíamos, abandonando o nosso previsível caminho, acrescentar mais um ponto a esse ciclo: fazer arte. Agora digam se isso não é loucura? Loucura porque “não é fácil, é estranho” (e lá se vai mais uma citação – vamos excluir daqui a palavra ‘plágio’ – dessa vez de Marisa Monte). E por isso somos loucos! – só pra não dizer que você que está lendo não fixou bem. (rs)


E você só viu isso? Podem perguntar. E a resposta é não. Eu vi frutos, vi gente, vi Dallyanna, vi fogo, vitória, passos, velas, gente de novo, não vi mais estresse, brigas, cansaço... vi também luta a continuar, legado de Chico Mendes, floresta... e poderia escrever mil outras coisas, mas acho que vou parar.


Só para fechar, contemple essa foto mais uma vez. Ela certamente lhe dirá ainda mais coisas que você pode fazer comentários que TODOS do Arte na Ruína irão adorar ler.


Por quê?


Porque somos todos loucos (e isso inclui você!)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Arte Na Ruína

Uma desta histórias de idealismo e heróis, vindos de Xapuri, não é necessário falar muito. A história destes heróis, que pedem aos Deuses para nascer nas terras dos dois rios.

Mas, enfim, a profundeza desta arte humana, deste anjos ou demônios, destes sabios e loucos, enfim, adjetivos infindos, iriamos escrever...No entanto, Artistas!!!!

Tais Artistas lutam pelos seus sonhos, inspirados, assim como os Heróis dos Olimpo, por uma Musa Dallyanna, que os guia a maior de todas as Artes _ O teatro.

Uma arte una e mágica, nascida como na grecia, e sua ruínas...Nas ruínas de uma delegacia abandonada...Não, eles não estão querendo habitar as crises, mas pelo fato, de seres heróis, e para não fugir da rotina, eles são perseguidos pelos chicoteadores da Arte. Mal, sabem esses censores, que entraram para história como seres mediócres...Enquanto a Arte Na Ruína é um ínicio para todo o resgate cultural de um povo oprimido, e que grita, em um trabalho de parto pela vez de Falar.

Coisa mais bela que a palavra- É Clenes falando com Dally no Olimpo de XAPURI.

Postado em comentários por Pietra Dolamita
(Mª de Fátima) - Profª Bel. Direito, artista plástica, poetisa e atriz por nascimento.
De Rio Branco/AC

***O nosso muito obrigado*** e continue nos assistindo e comentando.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A Arte de Xapuri

Vanessa França

É assim que eles se apresentam: “Arte na Ruína”.No ano de 2001 à antiga delegacia de Xapuri fora desativada. Após seis anos ao relento, o ambiente revelara a desconstrução causada pela erosão que denuncia; a sujeira, o caos, os destroços e os rabiscos históricos de quem ali fora encarcerado. Os tão tumultuados desencontros da juventude de Xapuri em obter um espaço que abrigasse as suas criações, dão lugar agora ao encontro entre os Jovens e “Arte na Ruína” denominada assim à antiga delegacia. “O novo cenário é protegido pela fortaleza de Chico Mendes que sabiamente deixara seus portões abertos para a juventude ir à busca da marcha de um mundo diferente.”
São 19 jovens que comungam deste mesmo pensamento que no ano passado resolveram juntar vários seguimentos artísticos, como; artes plásticas, teatro, poesia, dança e música. A junção destas artes foi o caminho lapidado para expressar uma gama de sentimentos que trilham a juventude a dão o mote a peça teatral apresentada por eles; desmotivação, incertezas, alegrias, dores, vaidade e outros são os estímulos explorados por “O ensaio surreal do grito sufocado” que foi apresentado no ultimo domingo na Expoacre.
Foram 15 minutos de um espetáculo que dura normalmente 45 minutos. A adaptação foi necessária devido o formato do palco que difere da estrutura usada em Xapuri. “Tivemos que reduzir o tempo e adaptar alguns recursos cênicos, mas nem por isso o recado deixou de ser dado, o público saiu bastante motivado” disse Alex Lima, gestor do projeto cultura do Sebrae.
O Sebrae, através do projeto cultura, vem identificando varias expressões artísticas nos municípios acreanos para construir um catálogo dos potenciais artístico do estado. Este trabalho vai possibilitar uma melhor divulgação e um investimento mais focado para as necessidades culturais. “O Sebrae e O Instituto Chico Mendes foi quem possibilitou a nossa vinda para a Expoacre e assim poder mostrar para um público bem variado nosso trabalho” disse Wagner San, um dos criadores do grupo.
O grupo “Arte na Ruina”, de Xapuri, é formado na sua maioria por estudantes com uma média de idade de 22 anos. Músicos, atores, cantores, artistas plásticos, dançarinos interagem no palco dispertando um cardápio de sentidos e estímulos visuais que convidam o público a uma reflexão. “Fiquei surpresa ao ver uma apresentação tão legal vinda de Xapuri e feita por um grupo de jovens. Assim que tiver uma oportunidade vou assistir o espetáculo todo” informou Ana Lara Gomes, estudante de Engenharia Civil.


Texto de Vanessa França, públicado no jornal on-line/Página 20 - COTIDIANO
Fizemos uma correção e acrescentamos que O Instituto Chico Mendes também possibilitou a nossa participação na Expoacre, e tem possibilitado através da parceria a vitalidade artística da juventude de Xapuri.
O nosso muito obrigado pela iniciativa... E, Que outras instituições não gorvernamentais possam fazer o mesmo pela juventude tão significativa do nosso Brasilzão... Viva a arte de se expressar... Viva...




quinta-feira, 31 de julho de 2008

Ousar acreditar...


“Acreditar. Essa é a palavra mágica!” ainda lembro como se fosse hoje quando Dallyanna, aquela luz de pessoa, vendo o meu cansaço em meio a mais um desânimo profundo com um grupo de teatro novamente com o mínimo do mínimo de pessoas, beirando a extinção. Ainda posso ouvir os meus suspiros seguidos dos risos dela... Dallyanna na verdade tinha sempre uma visão futurista – sonhadora, com os pés no chão, mas sonhadora –. Via além do que qualquer pessoa que conheci. Dizia que pouco importa o que aconteça, mas não devemos desistir nunca (igualzinho o Joseph Klimber (rsrsrs)).

Pois é. Esses dias tive novamente uma crise de desânimo – ah, esqueci de dizer, é o Clenes que vos fala –. E fiquei surdo por alguns instantes. Não consegui ouvir o que a Dally (ela gostava que a chamasse carinhosamente assim) me dizia.

Fui dormir com um cansaço e uma dor de cabeça “das braba”. No sonho (surreal – tenho tido vários ultimamente) consegui enxergar a minha estrela que foi para o céu me falar: “Porquê parar? A estrada é longa e ninguém disse que é fácil percorrê-la”. No sonho, ainda, ela me disse pra olhar o espetáculo: então vi o Arte na Ruína em um palco iluminado de velas e salpicado pela pirofagia de dois personagens enormes sobre pernas de pau. Vi muitas mudanças em um palco humano mas com ares divino. Acho que foi nesse momento que comecei a chorar (Dally ria, claro). Acordei com coração apertado. Reescrevi o roteiro do espetáculo para palco – e seria um desafio montá-lo já para a próxima apresentação (02 e 03 de agosto na ExpoAcre, não percam!).

Ensaiando junto com os jovens-artistas-amigos fiquei “trêmulo sobre a corda bamba”... pensei não ser capaz, ou não bom o suficiente. Novamente pensei em desistir. Anunciei minha saída – Domingo, minha última apresentação.

Lembro que saí do ensaio com o coração apertado. Senti uma voz firme ao ouvido dizer para olhar para o céu. Olhei. O que vi? Uma estrela enorme, brilhando. Lembrei de Dally me dizendo, plagiando uma canção que gostava muito, “se a saudade apertar/ procure no céu/ a estrela que mais brilhar/ nela estará o meu olhar...”. E uma lágrima silenciosa desceu por minha face. Senti naquele momento que meu vício pela arte é mais forte do que tudo e que se desistisse estaria traindo os idéias que eu, meus amigos e Dally compactuamos, há muito, num contrato silencioso, sem formalidades e carimbado pelos laços eternos dos sentimentos.

Resultado? Não posso desistir, não agora, não amanhã, talvez jamais.

Temos a ExpoAcre para apresentar, o documentário do Revelando os Brasis para gravar, o mundo para levar nossa arte e mostrar que tudo pode ser diferente.

Por quê? Como Chico Buarque diz, porque temos de ir “até o fim”, ou como Dallyanna Lima tão insistentemente me dizia: porque “para ousar realizar nossos sonhos é necessário previamente ousar acreditar”. Pois é, e eu acredito (e muito!) que o espetáculo não pode parar.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Há tempo neste blog recebemos a visita de Simone Gonçalves que sempre deixa um alô pra gente. Um deles esta aqui; SONHOS...

Você precisa ter sonhos, para que possa se levantar, todas as vezes que cair.

Acreditar que a toda hora, acontecerá coisas boas e mudar o rumo da sua vida.

Você precisa ter sonhos grandes e pequenos, os pequenos, são as felicidades mais rápidas, os grandes, lhe darão forçapara suportar o fracasso dos sonhos pequenos.

Você tem que regar os teus sonhos todos os dias, assim como se rega uma planta para que cresça...

Você precisa dizer sempre a você mesmo:-Vou conseguir! -vou superar! -vou chegar no meu sonho! Fazendo isso, você estará cultivando sua luz, a luz de sempre ter esperanças, que nunca poderá se apagar, pois ela é a imagem que você pode passar para as outras pessoas, e através dessa luz que todos vão lhe admirar, acreditar em você e te seguir.

Mire na Lua, pois se você não puder atingi-la, com certeza irá conhecer grandes estrelas... ou quem sabe, poder ser uma delas!

(autor desconhecido)

Postado em Comentários por Simone Gonçalves - Campo Grande/MS

O nosso muito obrigado pela atenção!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Arte na Ruína na Expoacre/ dias 2 e 3 de agosto

Pela segunda vez iremos apresentar fora do município de Xapuri, na primeira vez fomos para Rio Branco na Biblioteca da Floresta/Marina Silva. Nesta próxima a convite do SEBRAE iremos apresentar no espaço rotas turísticas “Caminhos de Chico Mendes” na Expoacre. O espetáculo acontecerá três vezes a cada noite com duração de 00h20min cada apresentação.
Não percam! o momento vai ser muito bacana, sintam-se todos convidados.

Agradecimentos especiais ao Instituto Chico Mendes e ao SEBRAE-AC...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Depois de alguns “pequenos” meses, retornamos nos balanços de “grandes” acontecimentos que englobam as atividades do Arte na Ruína.

Bom! Na última postagem, dizia que iríamos realizar uma nova apresentação no sábado dia 10 as 17h00min na Rua: Pio Nazário - Xapuri/Acre. Pois é! Este espetáculo não aconteceu, devido à chuva que assolaram as nossas expectativas de nos apresentar. Porém, esse momento já era muito esperado, pois o ambiente (Antiga delegacia) não tem teto para nos “proteger” dos pingos molhados da chuva, pois assim, o espetáculo ocorre a céu aberto, contando com a obscuridade da noite e com a magia dos raios de luzes que os grandes astros emanam sobre nós. Portanto, lá vamos carregados pelas correntezas pós-moderna, que por vez, correspondido com a paciência e a lentidão milenar de uma velha tartaruga.

Seguindo...

Algum tempo atrás, no mês de Abril, enviamos a nossa história: Arte da Ruína para o Projeto Revelando os Brasis/O projeto nasceu na Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, em 2004, e faz parte de um conjunto de ações para democratizar o acesso aos meios de produção audiovisual, permitindo aos moradores das pequenas cidades o contato com as novas tecnologias e a possibilidade de contar as suas próprias histórias, promovendo a criação de obras que retratem o seu universo simbólico.

Acessem a página do projeto, tem muito mais informações/ http://www.revelandoosbrasis.com.br/ – sigo dizendo que a nossa história foi selecionada para transformarmos num documentário de 15 minutos. Ufa! Após as comemorações, o proponente da história – Wagner San/integrante do grupo foi ao Rio de Janeiro passar pela formação do audiovisual, assim seja depois de tudo isso e mais um pouco, estamos átona para realizar o tão sonhado registro dessa movimentação. O filme vai ser produzido no mês de agosto e setembro, o lançamento acontecerá em outubro no Rio de Janeiro, com a presença de todos os selecionados, tendo previsto também o lançamento no Canal futura, e só no começo de 2009 o caminhão do Revelando os Brasis percorrerá todos os municípios que tiveram suas histórias selecionadas... Isso é muito bom, uma vez que esse projeto dinamiza democraticamente outros espaços de criação do audiovisual.
Além da história do Arte na Ruína, o Acre teve mais duas histórias selecionadas;

Duplanir de Souza Filho
História: Seu Nome Era Brasília
Brasiléia – AC
Vandete Cerqueira Sereno Kaxinawá
História: O Espírito da Floresta
Marechal Thaumaturgo – AC

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Cela do fim com um novo início - A reconstrução da beleza necessária

Carta escreita para os jovens - Chico Mendes
Fotos - Val Fernandes




Aqui, fica o encerramento de uma apresentação que garantiu a continuação desse sonho. Daqui pra frente, postaremos novas fotos, textos e depoimentos do espetáculo que acontecerá amanhã, sábado dia 10 as 17:00 na Rua: Pio Nazário - Xapuri/Acre
Valeuuu...

Cela dos Loucos - Leleide Soares, Clemilsa Alves, José Aiton, Clenes Alves e a criança/Diogo Henrich

Fotos - Val Fernandes



Eu aprendi......que ignorar os fatos não os altera;
Eu aprendi......que quando você planeja se nivelar com alguém, apenas esta permitindo que essa pessoa continue a magoar você;
Eu aprendi......que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;
Eu aprendi......que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;
Eu aprendi......que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;
Eu aprendi......que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.
Eu aprendi......que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar;
Eu aprendi......que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito;
Eu aprendi......que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a;
Eu aprendi......que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer

quinta-feira, 8 de maio de 2008

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Informações do próximo Espetáculo do Arte na Ruína

Clique em cima da Imagem para Visualizar o Texto





Cela alternativa - Cildo, Alarice, Michele e Hadyla - homenagem à Eterna Dallyana.

Foto - Val Fernandes
Foto - Renato Reis
Foto - Renato Reis
Dallyana foi uma bela jovem atriz Xapuriense que, revelou através da arte de interpretar, um possível cenário cultural em Xapuri. Hoje o seu talento e sua coragem renasce na saudade, na admiração que carrega a esperaça, a vontade de tornar a nossa relação mais bela e alegre...
Aplausos...

Cela Poesia - Amarildo Ferreira

Foto - Val Fernandes

Foto - Val Fernandes
Foto - Renato Reis
Foto - Val Fernandes

Parte de um Texto - Autor desconhecido

O governador Binho Marques fala sobre a intervenção na Antiga delegacia de Xapuri (Arte na Ruína)

O senhor poderia nos falar um pouco sobre a intervenção da juventude de Xapuri em poder obter um espaço pra que suas expressões artísticas de fato sejam resguardadas na cultura de Xapuri e do Estado do Acre. E qual a importância dessa intervenção, da juventude no espaço da antiga delegacia de Xapuri?

Olha! Eu Fico super feliz de ver Arte na Ruína, eu ate tinha pensado que agente poderia transformar essa delegacia num museu, num museu mais vivo, que pudesse contar um pouco da historia dessa delegacia, não sei se todo mundo sabe, mas essa delegacia aqui, já ficou abarrotada de seringueiros, num dos empates importantes. Aqui ficou o Raimundão, Manoel Estebio, uma turma bem grande ficou presa e precisou um grande movimento pra libertar todo o pessoal daqui, o Chico tava sempre presente também, intervindo lutando contra as injustiças. Eu mesmo também fui hospede dessa delegacia, em 87 quando o prefeito estava desviando a merenda escolar, eu fui denunciar e acabei preso na delegacia, depois de uma pequena discussão com o prefeito e ele mesmo me prendeu e eu fui hospede daqui dessa delegacia.
Eu acho que, ela tem uma historia muito interessante a ser contada, e melhor assim pelos jovens, por que hoje ela esta em ruína, graça a deus. É algo que deve ficar no passado, num passado não só o prédio, mas essas historias devem fazer parte do passado, a historia da injustiça que aconteceu com muita força nesse espaço, ela agora é contada de outra forma e ela também pode ser transformada.. Então eu não sabia que vocês estavam usando e eu fico muito feliz por isso, de saber que nas celas agora há gente, tem uma vida renascendo, com o cinema com o teatro, com as varias formas de expressão.
Então, eu quero desejar a vocês muita sorte neste projeto, quero que renda muitos frutos e filhos, por que acho que o Acre hoje esta vivendo um momento interessante porque La nos anos 70 e nos 80 um grupo de jovens começou a fazer teatro, começou a fazer cine clube isso foi que ajudou a criar uma identidade de povo acreano, nos 70 quando o Dantinhas era governador ele queria acabar com a tradição, com a identidade da floresta, o slogan era um novo Acre, derrubava doto o patrimônio arquitetônico das cidades acreanas que lembravam o passado e foi justamente o movimento cultural dos jovens que resgatou uma identidade de índios, de seringueiros, de floresta e de Amazônia que permitiu a construção de um movimento que hoje esta se transformando em coisa interessantes em vários lugares do Acre que repercuti no Brasil e ate no mundo.
Parabéns pra vocês, eu espero que este trabalho tenha vida longa.

Em nome dos jovens que estão fazendo essa intervenção, fica o convite de coração, para que o senhor possa vir assistir o Arte na Ruína.

Legal, e eu vou convidar parte das pessoas dessa historia que eu te contei dos artistas que fizeram a confusão Lá nos 70 e 80 virar isso que temos hoje, vou convidá-los pra virem aqui, pra poder ter o prazer de vê-los aqui.
Parabéns...

sábado, 26 de abril de 2008

O HOMEM NOVO E A MULHER NOVA



O homem novo e a mulher nova não aparecem por acaso. O homem novo e a mulher nova vão nascendo na prática da reconstrução revolucionária da sociedade. Mas, de qualquer maneira, podemos pensar em algumas qualidades que caracterizam o homem novo e a mulher nova. O compromisso com a causa do povo, com a defesa dos interesses do povo é uma destas qualidades. A responsabilidade do dever, não importa a tarefa que nos caiba, é um sinal do homem novo e da mulher nova. O sentido da correta militância política, na qual vamos aprendendo a superar o individualismo, o egoísmo, é um sinal também, do homem novo e da mulher nova. A defesa intransigente da nossa autonomia, da liberdade que conquistamos, marca igualmente o homem novo e a mulher nova. O sentido da solidariedade, não somente com o nosso povo, mas também com todos os povos que lutam pela sua libertação, é a outra característica do homem novo e da mulher nova. Não deixar pra fazer amanha o que se pode fazer hoje e fazer cada dia melhor o que devemos fazer é próprio do homem novo e da mulher nova. Participar conscientemente, nos esforços da reconstrução nacional é um dever que o homem novo e a mulher nova exigem de si mesmo.
Estudar, como um dever revolucionário, pensar certo, desenvolver a curiosidade diante da realidade a ser melhor conhecida, criar e recriar, criticar com justeza e aceitar as criticas construtiva, combater as atividades antipopulares são característica do homem novo e da mulher nova.
Participando mais e mais na luta pela reconstrução nacional, vamos fazer nascer em nós mesmo o homem novo e a mulher nova.
.
Texto - O HOMEM NOVO E A MULHER NOVA/ A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER/Paulo freire / escultura de Wagner San

quarta-feira, 23 de abril de 2008

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Arte na Ruína - "O ensaio surreal do grito sufocado"

Foto - Renato Reis
Foto - Val Fernandes

Arte na Ruína por Renato Reis







Juventude que sabe de juventunde - Foto de Renato Reis e Texto de Yan Chaparro.


Não estive no lugar, mas devido às redes líquidas sociais, pude encontrar este material, a partir de um amigo, e visualizando sua estética a partir da tela de um computador. Ao observar esta delicada expressão, procurei me envolver com os escritos e as figuras ali. Seu cheiro se tornou real, e a inquietude se manifestou junto às luzes das velas, na busca do por que e como se move este sensível fenômeno de uma arte na ruína. Historia, cultura, ambiente, local e sociedade, elementos que aparecem como necessidades, talvez da apropriação do próprio lugar, do encontro corpóreo com um latente possibilitado pela figura estética desta ruína ali. Lembro de Ítalo Calvino, nos seus escritos de “Cidades Invisíveis”, que revela o imaginário possível que sustenta cada lugar, seu valor subjetivo, que compõe um tecido líquido, para dar vida ao ali. É prazeroso conhecer um movimento constituído por arte assim, pois arte em, com e junto a uma ruína, parece revelar a historia no seu abstrato entrelace de presente – futuro - passado. E a maneira própria vista em cada foto, permite compreender uma necessidade daquelas pessoas que passam e ficam ali, se apropriam do que é belo, e se permitem viver junto ao lugar, tudo parece ter vida. A composição estética que pude me envolver revelou uma singularidade vigente, mas que conta sobre um cotidiano também de outros lugares, o ambiente vivido ali traça um delicado diálogo com compostos do ontem e do hoje, na busca de compreensão do todo. Pude sentir violência e paz, pude sinceramente me intrigar ainda mais com o signo do fogo, e sua figura do sagrado. A vontade que me passa agora é saber o que esta acontecendo ai, neste mesmo instante que escrevo, e também em saber sobre e como será o futuro desta manifestação artística, histórica, cultural, política e ambiental.
.
O olhar de 2 jovens/Renato Reis-AC e Yan Chaparro-MS ficará registrado aqui, na esperança inusitada de revelar a juventude que sabe de juventude.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Daniel Zen - Expressões artísticas que democraticamente convivem num mesmo ambiente...

Terminada a apresentação do Grupo Arte na Ruína, qual é a sua impressão do espetáculo?





Fiquei surpreso no bom sentido, eu já tinha conhecimento do projeto, sabia que esses jovens já vinham se organizando no sentido de terem um espaço de apresentação e usaram experimentalmente está antiga delegacia para apresentações na área da dança, da musica e de outras expressões artísticas, mas buscando uma nova visão de impressionar o publico, mesmo sabendo do projeto tinha uma noção do que se tratava, mas não tinha noção da amplitude de que se tratava, quando me deparei com varias expressões artísticas que democraticamente convivem num mesmo ambiente, fiquei deveras impressionado em saber que após um dia de planejamento como o de hoje no encontro com produtores culturais do Município no sentido de elaboração de projetos de ações administrativas de como encaminhar as orientações e possíveis soluções apontadas para a cultura local, quais as perspectivas de financiamento, enfim, quando a gente vê o resultado de um trabalho produtivo e fecha o dia com uma apresentação desse tipo com jovens que buscam justamente orientar as discussões num trabalho prático de produção cultural, temos a nítida impressão que estamos fazendo a coisa certa que é de planejar as ações desses agentes culturais e buscar incentivos viáveis através dessas pessoas que pelas suas expressões artísticas e culturais promovem uma consciência agrupadora, que promove a busca do simbolismo da tradição dos valores da comunidade, até mesmo o que é mais caro para o ser humano que é a cultura e como que a clareza dessa questão possa alavancar novos potenciais artísticos, nova projeções de posturas culturais.



A Equipe da Fundação Elias Mansour esteve em Xapuri no dia de ontem, hoje e permanecerá até amanhã, realizando um planejamento estratégico para as ações culturais neste município, e para o senhor como presidente da Fem, qual a sua expectativa em relação aos projetos de Xapuri e se por ventura já existe alguma definição para o município neste ano de 2008?


A expectativa é que seja bastante grande a apresentação de projetos a serem analisados pela Lei de Incentivo a Cultura, até mesmo pelas discussões que já foram realizadas, apesar de terem sido discutidos numa abrangência reduzida, tendo em vista que teríamos maior efeito numa discussão mais ampliada, como numa Conferência Municipal ou numa instância similar, que pudesse aferir ao setor público a responsabilidade na utilização dos espaços públicos, proporcionando uma participação efetiva da comunidade, interagindo de fato nas expressões que lhes são peculiares e portanto definindo realmente quais são suas reais necessidades das políticas públicas e que possam definir não somente as dificuldades mas a delimitação de como se pode atingir esses desejos, anseios, e essa oficina, esse planejamento do Instituto Chico Mendes com a Fundação Elias Mansour e com o Ministério da Cultura é fundamental pra obtenção dessa realidade e se tornar mais crente para aquilo que o município precisa nessa área de cultura, é um planejamento reduzido por estarem um grupo especifico com a participação do Arte na Ruína e outros partícipes, mas já é um grande passo que abre oportunidade para outras situações que envolvam outras instâncias, setores, poder publico e agentes produtores culturais participem desses momentos, haja visto que a intenção da Fem é fazer com que se busque o que é melhor para o município na área cultural , principalmente na área das políticas públicas de maneira participativa.


Prof. Joscíres Ângelo entrevistou o Presidente da FEM - Daniel Zen após o espetáculo "Ensaio surreal do grito sufocado"do Arte na Ruína.

Por aqui passarão

Foto Val Fernandes

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Arte na Ruína e a memória de Xapuri. "Puta que pariu!! Agora eu".


Sala de Espera
Sala de Espera

Capim, mato, corredor... Urtiga
Coceira gostosa...

Salas
Celas

Gritos e murmúrios no corredor

Me lembro de tentar esquecer

Não dá pra esquecer

Não dá pra derrubar a memória tal qual uma velha parede ruída

Ruína
Arte

Vejo Marte pelo teto estrelado...

Nublado
Vejo Mártir

Conheço Daliana

Pronto, voltei a lembrar de esquecer.

Mas não lembro muito bem do quê.

O movimento leva minha atenção para outra sala
Agora me sinto à vontade

O sujeito do meu lado solta um “puta que pariu!”, assustado, bem baixinho, quase imperceptível e que parecia ter saído do coração.... “Nossa!”, pensei eu, disse o que pensei o que senti (deveria ter dito...).
Depois de um tempo mirando as cabeças e os pés que brotavam do piso da cela, e o sujeito seminu que fingia escultura, um outro, camuflado pelas grades da cela e pela parede descascada começa a recitar um texto, revelando-se como um adereço do ambiente e que aparentemente sempre esteve lá, que viu tudo aquilo que as ruínas testemunharam.
Puta que pariu!! Agora eu. E eram tantos os elementos à meia altura, no chão, que não tínhamos olhado para cima. Fizemos exatamente o que os meninos queriam.

Parabéns.


E fui para o hotel melhor...

Por Fernando Figalli
Diretor do Departamento do IPHAN

Arte na Ruína é notícia "O lugar ficou marcado pelo estigma da omissão e da negligência tão denunciadas pelo próprio Chico".

Ao ser transferida para as suas novas instalações, em 2001, a delegacia de polícia de Xapuri deixou para trás um prédio velho, de onde certamente se ouviu o tiro que abateu Chico Mendes em um dezembro há quase 20 anos. Ao ser transferida para as suas novas instalações, em 2001, a delegacia de polícia de Xapuri deixou para trás um prédio velho, de onde certamente se ouviu o tiro que abateu Chico Mendes em um dezembro há quase 20 anos. O lugar ficou marcado pelo estigma da omissão e da negligência tão denunciadas pelo próprio Chico e ali permaneceu abandonado por vários anos, como um monumento à vergonha e à covardia tão peculiares àqueles tempos. Eis que alguns anos depois, como que movidos por uma chama de ideal que teima em buscar luz em meio às trevas, um punhado de jovens talentosos e determinados a mudar a realidade em que vivem transforma as ruínas do velho prédio em algo a que jamais se propôs em tempo algum e nem poderia, por seu intuito de cárcere: uma fábrica de liberdade e de sonho, que foge das grades da opressão e da intolerância, de uma forma que somente através da arte se pode conceber e explicar. Arte na Ruína é uma manifestação cabal dos valores artísticos, intelectuais e, acima de tudo, éticos e humanos, dos quais Xapuri ainda dispõe, apesar dos tempos inglórios. Uma reação, pacífica e intensa, diante do senso comum de que aqui nada se pode fazer de novo, de bom, de saudável e contraditório. Sim, aqui tem arte e se faz arte mesmo que as portas do museu Casa Branca sejam fechadas na cara dos artistas como ocorreu há algum tempo.
Pensemos que talvez não tenha sido por maldade que assim agiram. Quem sabe temeram os “vândalos da arte”, no dizer de Jeronymo Artur, que nada destroem senão edificam cidadania e saem do lugar-comum para mostrar ao público, à sua maneira, que a realidade pode sim, ser transformada para melhor. Basta querer e acreditar no que se faz, mesmo que o sentido do caminho e o modo de caminhar contrariem toda a lógica e contradigam todo o óbvio.
.
Texto do jornalista - Raimari Cardoso
.

A cela da dança - Cley e Gino



Fotos Val Fernandes
.
Grades e estrelas por aqui, também assistem um dos atos mais primitivos do homem - o movimento pela libertação.

terça-feira, 1 de abril de 2008

"Achei que era mera pichação de vândalos"


Quando cheguei à Xapuri, vi aquela construção em ruínas com os inscritos Arte na Ruína na frente. Achei que era mera pichação de vândalos com o objetivo de degradar a arquitetura da cidade. Engano meu. Não ao todo. Talvez sejam vândalos mesmo, mas vândalos da arte. Pessoas que saem do lugar-comum de museus, praças e teatros e resolvem invadir um espaço tão improvável para fazer e mostrar cultura à comunidade. Entrei naquela antiga delegacia com a expectativa de encontrar apenas um grupo de pessoas, em um só lugar, com uma só história. Tal qual não foi a surpresa ao ver que em cada ambiente haviam pessoas diferentes com histórias diferentes, talvez apresentando em comum um mesmo ideal: fazer arte. Fiquei feliz em ver tantos jovens de Xapuri unidos através de algo tão importante e tão construtivo para toda sociedade. Ainda mais fazendo parte do Coletivo Catraia em Rio Branco, que busca essa mesma integração e difusão de cultura. Espero, sinceramente, que esse projeto siga em frente, pois educa, motiva e cativa cada uma daquelas oito pessoas que entram ali por vez. Uma verdadeira obra de arte, iluminada por velas, sob um teto coberto de estrelas.


Parabéns e um grande abraço!

Jeronymo Artur

Estagiário/Assessoria de Imprensa FEM Gestor do Núcleo de Comunicação do Coletivo Catraia

Amarildo da o sinal e Clenes Alves conduzirá os olhares atentos para uma viagem ao desconhecido mundo do seu interior. "sou jovem"





Fotos Val Fernandes


Não seria estranho que este ator,
Se não vivesse uma ficção, um sonho de paixão,
Pudesse obrigar sua alma a servir-lhe apenas à vaidade?
Que essa atuação fizesse empalidecer seu rosto,
Surgirem lágrimas em seus olhos, dar-lhe aspecto perturbador,
Entrecortasse sua voz, e todo o exterior se adequasse
À sua fantasia? E tudo isso por nada?
Por Hécuba!

Shakespeare, HAMLET