terça-feira, 9 de setembro de 2008

Liberdade! Espaço/comportar-se.

Foto: Renato Reis

O tempo e sua duração, cadê, não sabem onde e quando começou e pra onde pretende ir, e por fim o continuar a vagar por ai, segue o desempenhar de alguns acontecimentos que duvidamos existir por não compreender bem o que estamos a fazer diante da tortuosa força designada a renovação.
Seria esta a força que nos conduz sorrateiramente dias após dias e passos atrás doutros, nos induzido a contar cada pingo de chuva que se jogam como camicase lá do céu, sobre nossas cabeças? – será que é, pra! Dar-nos um banho e, assim seguir límpido a diante do grande “engenho celestial”, o fato é que, não somos ensinados a saber contar, ou melhor ao passo que sobrevivemos, o que deveria ser habitualmente natural e, de direito a somar se desfaz nas estreitas incapacidades burras que tem tornado à marca da desoneração humana.
Bom! O que a liberdade tem haver com isto? Não sei ao certo, e, dúvida, pede reforços para tal, mas enfim, me parece que o certo capitão do tempo nos conduz “sabiamente” e insensivelmente ao ponto de pregar uma grande estaca em nossos punhos, forçando-nos a gritar “socorooo...” que por vez, talvez em uma nova etapa e ai sim uma nova chance ao poder-, quebrá-la e a usá-la como subsídio para encabeçarmos novos enfrentamentos diante de tantas novas batalhas que são criadas através de forças “ocultas” que condensa e enrijeci o movimento de algumas leis de senso comum - “bem natural” da vida que tem alimentado a humanidade integralmente com duas outras forças primárias – natureza e animal, que ao contrario da força tem sido fracas tornado-as num corpo frágil e perigoso de se lidar e preservar harmoniosamente.
Coisas estranhas que precede comportamentos apontam reações também estranhas e creio que cabe aqui dizer que - queria tentar esquecer tal fato estranho, porém, diante da liberdade fica o dever do fato resgatar aqui, que - o grupo Arte na Ruína foi convidado à se apresentar na EXPOACRE 2008 o espetáculo “O ensaio surreal do grito sufocado”. Olhe lá em cima, o indicativo “LIBERDADE” expressão ao contrario foi o que eu vi quando cheguei nos “DELIMITADO ESPAÇO” da Expoacre – ao andar torto de sede e fome nas ruelas da exposição, cheguei perto dos limites do rodeio do limitado espaço que vos falo, bem, cheguei e imaginei a multidão dentro daquele ambiente, que até então não havia uma alma morta, opa! Exceto, alias, as nossas, eu e mais dois que não vem ao caso. Putz! quase me esqueci, que naquele lugar – ambiente havia mais alguém. Quem seria esse alguém que me forçou a não esquecê-lo, talvez eu tentasse, mas não consegui e aqui quero contar a historia desse ser que tal não me deixou esquecê-lo – vos apresento o “menino bezerro”, de aproximadamente um ano de vida e que veio lá dos confins dos maus tratos inglórios, deve ser bem perto daqui, não! Ele não devia ter uma @, enfim, deparei-me com este fato-objeto que ali estava, por tanto, excomungado, judiado, esquecido com fome e sede num sol que rodeava seus “60 graus C°” dum prolongado meio-dia do dia dois de agosto – este objeto de entretenimento que foi usado e assolado durante alguns dias nos show “rodeio-listicos” da expoacre 2008, revelava outras injustiças através de suas pupilas exageradamente arregaladas; já não conseguia ficar em pé, seu coração parecia o motor dum carro de formula 1 e em vez de aços e acessórios era só carne e órgãos fadigados e acelerados por atitudes desumanas protegidas por sonhos e negócios estranhos.
Nos letreiros logo acima, aponto a liberdade, mas, liberdades não têm visto – em oposição ao que me deparei – chorei ao vê-lo naquela situação deprimente, desesperado eu fiquei ao enxergá-lo recuado diante duma situação substancialmente desfavorável pra nós dois. Tentei somar ao tentar dividir aquela dor, como se fosse possível, num ambiente condensado, estreito, isolado, onde as forças do mal sentido assopravam aleatoriamente todo seu desprezo, regadas durante uma histórica retórica de incabíveis posicionamentos contra seus desejos – me comportei aberto para me alimentar de toda angústia daquele olhar e compreendi que a “liberdade não terá espaço enquanto houver espaço que não tenha liberdade e não teremos nenhum se continuarmos a comportar-se insensivelmente com a vida alheia”.
Não pude esquecer-me desse momento, por que durante oito apresentações que fizemos durante dois dias na expoacre, fomos oposição a falta de liberdade, alias o espetáculo nasce da falta de liberdade. Pego uma carona e vou-me acreditando - “que o homem é sobretudo o produto das influências culturais de seu meio. Em conseqüência, suas ansiedades e perturbações devem ser consideradas como efeitos das dificuldades que o meio social lhe cria” (Erich Fromm). A problemática fere mais atrás, e vemos que a cultura também as vezes é falha e regurgita também a liberdade, e quem paga o pato sobretudo é o animal em conseqüência as ansiedades e perturbações que o próprio homem cria em seu meio social, e assim continuemos com nossos problemas desestruturastes que alimentam os importunos desejos antagônicos de sermos indivíduos melhores.
Fica a impressão expressada no desespero de empreender o movimento que nos guia, que nos espera – firme é a certeza de descer rumo ao abismo de um dia reanimar as inconstâncias doutro eu – ser; agente criador, capaz de superar as culturas repressivas e impositivas no desejo de hoje ser aquele que ajuda a reconstruir um novo ambiente tão sonhado.


Co-responsabilidade; planto aqui e você respira acolá.



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