terça-feira, 19 de agosto de 2008

Loucos! Láááá!


Nos dias 02 e 03 de agosto de 2008, o Grupo de Jovens Artistas Arte na Ruína, convidados pelo SEBRAE, apoiados pelo Instituto Chico Mendes, fez uma maratona de apresentações no espaço intitulado ‘Caminho de Chico Mendes’, na ExpoAcre 2008. Vestindo um figurino de tecido de “sacos”, e tendo velas que simbolizavam bem mais que uma luz no caminho obscuro da vida e da arte, mostraram no espetáculo “O Ensaio Surreal do Grito Sufocado” que se pode ir além. Os anseios, questionamentos, lutas e sonhos traziam a apresentação ora musical, ora performática, pirofágica, ora dramática, um ar mágico, surreal mesmo.


Não por acaso eu (Clenes Alves novamente a vos falar) estava lá, naquele palco que se assemelhava, para nossa alegria, a uma oca de índios Chapurys, toda em palha, bem mais próxima da casa de Chico Mendes – também fizeram uma réplica ao lado do nosso espaço – e tive a sensação de ser louco.


Louco? Podem perguntar, eu deixo. É, louco... loucos na verdade! Porque ousamos acreditar na arte sem barreiras. Porque sonhamos mas não cruzamos os braços. Loucos por estarmos desde o nascimento “predestinados a ser todos ruins” – sem querer plagiar Chico Buarque –. Loucos porque não tem como assistir (neste caso ‘fazer’) Arte na Ruína (ou da Ruína, já que levamos o nosso devaneio para além dos destroços da nossa cadeia abandonada de Xapuri) e não ser completamente doido.


Recordo que em um determinado momento – justamente na parte em que interpretamos os loucos – senti uma vontade sobre-humana de olhar para meus colegas-amigos... pois é. Quando os vi pensei (quaaaase exclamei): “são todos com-ple-ta-men-te loucos”. Só não sabia que alguém registraria em foto exatamente o que contemplei... e Pietra Dolamita, em meio à anormalidade da vida, assim o fez (olhem novamente a foto e digam se não tenho razão).


Me lembrei das palavras de Carlos Castaneda, nA Erva do Diabo: "Não importa qual seja nosso destino específico, desde que o enfrentemos com o máximo de abandono..." e senti que fazíamos exatamente isso. Poderíamos continuar com nossas vidinhas pacatas, simples, dando continuidade ao conhecido ciclo nascer, crescer, reproduzir, morrer. Mas acreditamos que poderíamos, abandonando o nosso previsível caminho, acrescentar mais um ponto a esse ciclo: fazer arte. Agora digam se isso não é loucura? Loucura porque “não é fácil, é estranho” (e lá se vai mais uma citação – vamos excluir daqui a palavra ‘plágio’ – dessa vez de Marisa Monte). E por isso somos loucos! – só pra não dizer que você que está lendo não fixou bem. (rs)


E você só viu isso? Podem perguntar. E a resposta é não. Eu vi frutos, vi gente, vi Dallyanna, vi fogo, vitória, passos, velas, gente de novo, não vi mais estresse, brigas, cansaço... vi também luta a continuar, legado de Chico Mendes, floresta... e poderia escrever mil outras coisas, mas acho que vou parar.


Só para fechar, contemple essa foto mais uma vez. Ela certamente lhe dirá ainda mais coisas que você pode fazer comentários que TODOS do Arte na Ruína irão adorar ler.


Por quê?


Porque somos todos loucos (e isso inclui você!)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Arte Na Ruína

Uma desta histórias de idealismo e heróis, vindos de Xapuri, não é necessário falar muito. A história destes heróis, que pedem aos Deuses para nascer nas terras dos dois rios.

Mas, enfim, a profundeza desta arte humana, deste anjos ou demônios, destes sabios e loucos, enfim, adjetivos infindos, iriamos escrever...No entanto, Artistas!!!!

Tais Artistas lutam pelos seus sonhos, inspirados, assim como os Heróis dos Olimpo, por uma Musa Dallyanna, que os guia a maior de todas as Artes _ O teatro.

Uma arte una e mágica, nascida como na grecia, e sua ruínas...Nas ruínas de uma delegacia abandonada...Não, eles não estão querendo habitar as crises, mas pelo fato, de seres heróis, e para não fugir da rotina, eles são perseguidos pelos chicoteadores da Arte. Mal, sabem esses censores, que entraram para história como seres mediócres...Enquanto a Arte Na Ruína é um ínicio para todo o resgate cultural de um povo oprimido, e que grita, em um trabalho de parto pela vez de Falar.

Coisa mais bela que a palavra- É Clenes falando com Dally no Olimpo de XAPURI.

Postado em comentários por Pietra Dolamita
(Mª de Fátima) - Profª Bel. Direito, artista plástica, poetisa e atriz por nascimento.
De Rio Branco/AC

***O nosso muito obrigado*** e continue nos assistindo e comentando.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A Arte de Xapuri

Vanessa França

É assim que eles se apresentam: “Arte na Ruína”.No ano de 2001 à antiga delegacia de Xapuri fora desativada. Após seis anos ao relento, o ambiente revelara a desconstrução causada pela erosão que denuncia; a sujeira, o caos, os destroços e os rabiscos históricos de quem ali fora encarcerado. Os tão tumultuados desencontros da juventude de Xapuri em obter um espaço que abrigasse as suas criações, dão lugar agora ao encontro entre os Jovens e “Arte na Ruína” denominada assim à antiga delegacia. “O novo cenário é protegido pela fortaleza de Chico Mendes que sabiamente deixara seus portões abertos para a juventude ir à busca da marcha de um mundo diferente.”
São 19 jovens que comungam deste mesmo pensamento que no ano passado resolveram juntar vários seguimentos artísticos, como; artes plásticas, teatro, poesia, dança e música. A junção destas artes foi o caminho lapidado para expressar uma gama de sentimentos que trilham a juventude a dão o mote a peça teatral apresentada por eles; desmotivação, incertezas, alegrias, dores, vaidade e outros são os estímulos explorados por “O ensaio surreal do grito sufocado” que foi apresentado no ultimo domingo na Expoacre.
Foram 15 minutos de um espetáculo que dura normalmente 45 minutos. A adaptação foi necessária devido o formato do palco que difere da estrutura usada em Xapuri. “Tivemos que reduzir o tempo e adaptar alguns recursos cênicos, mas nem por isso o recado deixou de ser dado, o público saiu bastante motivado” disse Alex Lima, gestor do projeto cultura do Sebrae.
O Sebrae, através do projeto cultura, vem identificando varias expressões artísticas nos municípios acreanos para construir um catálogo dos potenciais artístico do estado. Este trabalho vai possibilitar uma melhor divulgação e um investimento mais focado para as necessidades culturais. “O Sebrae e O Instituto Chico Mendes foi quem possibilitou a nossa vinda para a Expoacre e assim poder mostrar para um público bem variado nosso trabalho” disse Wagner San, um dos criadores do grupo.
O grupo “Arte na Ruina”, de Xapuri, é formado na sua maioria por estudantes com uma média de idade de 22 anos. Músicos, atores, cantores, artistas plásticos, dançarinos interagem no palco dispertando um cardápio de sentidos e estímulos visuais que convidam o público a uma reflexão. “Fiquei surpresa ao ver uma apresentação tão legal vinda de Xapuri e feita por um grupo de jovens. Assim que tiver uma oportunidade vou assistir o espetáculo todo” informou Ana Lara Gomes, estudante de Engenharia Civil.


Texto de Vanessa França, públicado no jornal on-line/Página 20 - COTIDIANO
Fizemos uma correção e acrescentamos que O Instituto Chico Mendes também possibilitou a nossa participação na Expoacre, e tem possibilitado através da parceria a vitalidade artística da juventude de Xapuri.
O nosso muito obrigado pela iniciativa... E, Que outras instituições não gorvernamentais possam fazer o mesmo pela juventude tão significativa do nosso Brasilzão... Viva a arte de se expressar... Viva...