sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

"Arte na Ruína"


Xapuri a princesinha do Acre, conhecida internacionalmente por ser o palco de grandes acontecimentos como por exemplo; O surgimento do líder seringueiro/Chico Mendes, símbolo do ecologismo na história deste país. Entretanto a realidade dessa pequena cidade revela o engessamento contínuo das suas relapsas administrações. Em especial o cenário sociocultural de Xapuri como a maioria das pequenas cidades interioranas do país, também enfrenta a falta de apoio em projetos que incentive e que invista no seu desenvolvimento. O descaso do poder público e a desmobilização da sociedade inebriam a implementação de políticas públicas, que por vez impede o direito da autonomia, da liberdade na criação e no acesso ás fontes de cultura.
Por vez, surgem os jovens - atores que historicamente denuncia através da arte à agressão imposta pelo sistema vigente que fragmenta e viola seus direitos em construir um ambiente alternativo. No entanto, num âmbito mundial, os inúmeros movimentos de transformação social que as ultimas décadas viram surgir, tiveram, como seus principais articuladores os jovens. Esses movimentos geraram exemplos que perpassadas, alimentam e revigoram as vísceras desses jovens artistas xapurienses que por sua vez se estimulam a movimentar-se e agir localmente numa marcha que os guiam para uma intervenção que só os homens audazes ousariam buscar.
Surge assim - “Arte na Ruína” à antiga delegacia de Xapuri, que fora desativada. Após seis anos ao relento, o ambiente revelara a desconstrução causada pela erosão que denuncia; O caos políticos, a sujeira, os destroços e os rabiscos históricos de quem ali fora encarcerado. Os tão tumultuados desencontros da juventude de Xapuri em obter um espaço que abrigasse as suas criações, dão lugar agora ao encontro entre os Jovens e “Arte na Ruína” denominada assim à antiga delegacia.
A juventude de Xapuri se utiliza das expressões artísticas para dar forma a uma nova linguagem de intervenção no seu espaço social. Através do teatro, dança música, artes plásticas, poesia e outras expressões, eles conseguiram reviver o que parecia distante; A mobilização da sociedade. Com um cenário alternativo e um novo tipo de critica social, esses jovens estão possibilitando uma nova realidade sociocultural que ate então nunca se vira ou ouvira.
A juventude encontrou no Instituto Chico Mendes o parceiro ideal para estruturar e otimizar o espaço “Arte na Ruína”. Essa aliança obteve como resultado no ano de 2007, através do espetáculo intitulado “O ensaio surreal do grito sufocado” mais de 10 apresentações; com espetáculo registrado em documentário, textos e outros. O espetáculo recebeu assim um público estimado em mais de 1050 pessoas; Crianças, jovens e adultos.